Sábado à noite com amiga em casa,
momento propício para assistir um filme. Ok, mesmo sendo uma animação da Disney
(o que significa muitas músicas), sua amiga durma no meio do filme e você já
tenha assistido pelo menos uma dúzia de vezes o desenho, sim mesmo assim vale
a pena viver isso. Bom, quem me conhece sabe que por mais infantil que possa
parecer eu tenho uma princesa favorita da Disney, não tenho culpa se ela
apareceu após eu ter vivido a minha infância... heheheheh... só pra
contextualizar, Tiana, a 1ª princesa negra da Disney apareceu no ano de 2009,
estando eu com os meus 18 anos, na época fiquei muito satisfeita com o enredo do
filme, uma versão do conto “A princesa e o sapo”. Coincidências existentes ou não sua cor é
verde (“my favorite color”) e uma das temáticas do filme são alimentos.
“Tietises” a parte, eu gosto
bastante do desenho, porque traz vários valores que vem ao encontro do que
também penso e procuro viver. Por incrível que pareça, sempre há algo novo para
se tirar de situações já conhecidas, talvez porque cada vez que entramos em
contato com mesmas pessoas ou momentos em circunstâncias diversas, estamos
diferentes e isso resulta em uma nova percepção. Hoje ao rever
o filme duas falas gritaram dentro de mim, vou citá-las e procurar ser sucinta
na contextualização delas porque senão conto todo o filme.
“Conseguiram o que queriam, mas
perderam o que tinham.”
“Ele não tinha tudo o que queria,
mas valorizada o que tinha... Ele tinha amor.”
Falas ditas em momentos muito
distantes dentro da história, a primeira bem no início, onde alguns personagens
do lado mal da história justificam sua ação maldosa contra o príncipe; e a
segunda, é a fala da Tiana afirmando porque não fazer algo que outro personagem
do lado mal da força queria que ela fizesse. Tá Bruna, o que tu quer
dizer com tudo isso?
Quero trazer a reflexão que eu
fiz ao juntar essas duas falas ao término do desenho. É inevitável pra mim não
viajar quando vejo um filme, ou ouço uma música ou leio um texto, faz parte de
mim fazer conexões com aquilo que parece inconectável e criar teorias em cima das coisas com as
quais eu “alimento” minha mente. Pois bem, a meu ver essas falas representam
duas motivações, ambas ligadas ao desejo de ter algo ou estar em uma posição
que oportunize uma vida melhor, mais confortável, ao ver o filme você percebe
que esta é a principal motivação dos dois personagens, só que com sentidos
diferentes.
Quanto custa seus sonhos? Que
preço você está disposto a pagar para realiza-los? Se você estiver disposto a pagar qualquer
preço por eles, de forma inconsequente ou impensada, saiba que pode acabar
conseguindo o que deseja sem todas as coisas boas anteriores que estavam com
você. Qual o valor de uma festa de aniversário sem os amigos para comemorar
junto? Ou, qual o valor de uma conquista ganha a partir de decisões insensatas
ou precoces? São exemplos simples, mas que trazem a ideia de que devemos sim
ter dedicação em realizar nossos sonhos, não podemos desistir mesmo que o preço
dele seja alto, todavia, existem diversas maneiras de pagar esse preço, é
preciso saber qual a maneira certa de agir para saudá-lo.
Vale a pena parar e pensar sobre
a segunda frase: “mas valorizava o que tinha”. A bagagem que você adquiri ao
longo dos dias tem um valor substancial para a realização dos seus sonhos,
usarei um termo da administração, “a longo prazo”. Aqueles sonhos que você
precisa de esforço, dedicação e tempo para torna-los realidade, suas habilidades,
dons e motivação são boas ferramentas para utilizar nesse trabalho. Sua
cosmovisão da vida, seus valores e aprendizagens na escola, com amigos e
situações aleatórias só aceleram sua caminhada, aprender a viver esses momentos
“degustando-os” faz toda a diferença para seguir na jornada. Nem sempre é fácil
fazer isso, vejo por mim que tantas vezes quero tudo ao mesmo tempo e fico
pensando em tudo que devo fazer para conseguir o que penso que preciso AGORA.
As vezes, senão muitas dessas vezes o AGORA pode esperar um pouquinho, mas é
difícil ceder ao bom senso e ouvir a sabedoria.
“...servo bom e fiel; foste fiel
no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”
Mateus
25:21
“Lembra-te do teu Criador nos
dias da tua mocidade...”
Eclesiastes 12:1a
Não posso deixar de fechar com
referências desse livro que carrego comigo para onde eu for, instrumento de
Deus para me orientar em qualquer situação. Lembrar do meu Criador não
refere-se apenas a reconhecer a existência de um ser divino acima de todas as
coisas mas sim, é estar sensível a toda histórica inserida nessa frase, num
espaço de tempo muito maior aos anos que tem-me sido concedidos aqui na terra. Lembrar de Deus é lembrar de um plano de relacionamento, que foi quebrado e
inúmeras vezes tentado o conserto, recordar do Senhor é reconhecer como
verídica toda a caminhada do povo de Israel, no sonho de ser verdadeiramente o povo
do Senhor, referência para outros povos de como ter uma vida digna e plena por
servir e viver para um Deus amoroso e justo. Que sonho grande esse? As
tentativas por eles mesmos não tiveram muito sucesso, o próprio Deus buscou uma
solução. Lembrar do Criador é reconhecer a vida de Cristo como redentor da
minha, não uma redenção para coisas terrenas, mas uma redenção ao plano inicial:
meu relacionamento com o Criador.
Dentre outros versículos que
poderia usar para relacionar com todo esse pensamento a parábola dos talentos faz muito sentido dentro
do que já escrevi. Ser fiel no pouco é valorizar o que tenho, meus sentimentos,
princípios, conceitos, pode ser pouco a olhos alheios e até mesmo aos meus olhos, contudo, ser fiel ao que nos constitui como pessoa faz muita diferença.
E, lembrar do Criador me faz ter a certeza de que Ele é justo para me colocar
na posição onde eu devo estar pelo meu trabalho, pelo meu esforço com as
ferramentas que forem. No caso do
desenho, amor, tem força motriz maior? Tem algo que possa nos mover a agir mais
do que ter amor pela causa, pela luta?
A partir de hoje, quero ainda
mais valorizar meus princípios, minha essência e construir o caminho que
realizará os meus sonhos. Não pagar o preço imposto por eles a vista ou deixar de pedir
emprestado pode perdurar um pouco o processo, mas é um investimento que vejo
ser eficaz e com resultados duradouros.
Escrevi demais, até outro post.
=]
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